quinta-feira, 22 de junho de 2006
Notícia Triste
No preciso momento em que aqui vinha, acabei de receber a notícia do falecimento da minha querida médica Dr.ª Lídia Gonçalves, aos 56 anos. Como já aqui tinha dito, uma grande Médica e Senhora, já gravemente doente continuou ao serviço das mulheres até mais não poder.
Muitas vidas ela ajudou a trazer ao mundo. A Drª Lídia foi Directora do serviço de Obstetrícia do Hospital de Santa Maria e trabalhou na Clínica Feminis.
Caso alguma de vós, amigas, a tenha conhecido ou conheça alguma amiga sua paciente, informo que a Dr.ª Lídia se encontrará desde as 17 horas de hoje na Igreja de Santa Joana Princesa em Alvalade, realizando-se o seu funeral amanhã às 11H para o Cemitério dos Olivais.
Assim se perde uma Senhora de raro valor profissional e superior qualidade humana.
Um beijinho para todos.
quarta-feira, 21 de junho de 2006
Ode à Tertúlia
Um dia mais convosco, companheiros,
"Irmãos" leais, d'ontem, d'hoje, colegas,
tentando recordar memórias cegas,
gastas de já nem sei quantos Janeiros!
Oh coração que ousaste mil anseios
e pulsações ardentes que não negas,
doces e amargos, da Vida nas refregas:
ignora os fracassos, lembra enleios!
Secaram flores, esmoreceu o lume.
Nas páginas do livro, intercaladas,
pétalas secas choram seu queixume.
Abre o teu livro... e as flores olvidadas
que enfeitaram tranças, mãos prendadas,
te deixarão no ar subtil perfume!
Rui Nascimento
Almoço da "Tertúlia Damião de Odemira"
Novembro, 10 - 2003.
domingo, 18 de junho de 2006
Festa de Aniversário do Mestre Rui Nascimento
Realizada antecipadamente no Restaurante China Li Do em Lisboa, em 12 de Junho de 2006, com a Tertúlia Damião de Odemira (*). O Mestre Rui Nascimento nasceu em Setúbal, em 14 de Junho de 1914.

Aspecto da mesa. Em 1º plano, o Mestre Internacional Joaquim Durão, Presidente da Federação Portuguesa de Xadrez e esposa D.ª Pilar

Eu, meu Pai Rui Nascimento e Mestre Durão

Um sopro de 92 anos... mas com a força de 29!

O Aniversariante executa um trilo... enquanto o amigo Durão degusta... um grilo! ;))) (salvo seja...)

Mestres Problemistas José Vinagre e Mariz Graça e Eng. Pedro Silva Araújo

Mestre Mário Silva Araújo, autor do livro "Rui Nascimento, uma Vida Dedicada ao Xadrez" e esposa

Dado o seu sucesso ao Violino, o Paganini acabou sendo "contratado" para abrilhantar, noutra mesa, o aniversário de casamento de um simpático jovem par...
(*) - Tertúlia aberta não só ao Xadrez como a qualquer actividade cultural ou artística. Aceitam-se membros!
quarta-feira, 14 de junho de 2006
Parabéns, Pai!
Neste dia memorável,
perante nobre assembleia,
ocorreu à filha a ideia
de rimar ao pai amável,

principalmente, a existência;
mas também, com excelência,
noutras Artes é versado.
p´ra ele não tem segredo.
Compõe, sem dúvida ou medo,
mates em dois e em três.

Problemas figurativos,
tecendo belas imagens,
dedicou a personagens
ilustres, mortos ou vivos.

apresenta seu trabalho
e, sempre sem enxovalho,
fica bem classificado.
Mas se a Musa do Xadrez
foi a que mais o inspirou,
as outras, que cultivou,
não deixou em pequenez.
De Erato, melodiosa,
aprendeu, sem desatino,
a arrancar do violino,
tango ou valsa primorosa...

o inspirou na Poesia:
num repente e com mestria,
verseja com mote e glosa.

quer versem Arte ou Ciência,
e na arte da eloquência
não passa despercebido.

das Letras grande amador,
chegou a dizer, de cór,
“A Ceia dos Cardeais”!...

com afinco se aplicou,
e também não desprezou,
dos astros, as refulgências!

ou de Einstein às Teorias,
dedicou noites e dias,
desenredando essas teias...

os cometas observou...
E, de Vénus, contemplou
a apolínea trajectória! (*)

nunca da memória tira...
por Damião de Odemira,(**)
os traz, sempre, convocados!
mas não se dá por vencido...
amanhã, ao sol nascido,
já ensaia outro projecto!
Da Razão, Justiça e Bem
Paladino se tornou,
Esposo amável se mostrou,
Pai muito amigo também;
histórias conta mil e cem
que a todo o que escuta encantam...
Noventa e dois “já cá cantam”...
Cá estaremos para os Cem!!! (***)
X C I I em M M V I
* * *
(**) - A Tertúlia "Damião de Odemira", de que foi fundador.
(***) - Pelo menos!

Ao Violino, seu 2º Hobby
sábado, 10 de junho de 2006
Camões no Mundo

Canto III
119
Poi di questa si prospera vittoria
Tornato Afonso á la paterna terra,
De la pace a goder cotanta gloria,
Quanta acquistó ne la si dura guerra.
Il caso triste e degno di memoria,
Che li sepolti auuiua, e disinterra
Succedeo de la misera e meschina,
Che doppo morte diuentò Reina.
“Em 1658 o genovês Carlo Antonio Paggi, diplomata da República de Génova em Portugal traduz para italiano a primeira versão conhecida nesta língua d’Os Lusíadas. A obra é publicada em Lisboa e dedicada ao Papa Alessandro VII. Fora da Península Ibérica, é italiana a segunda tradução do poema épico português sendo a primeira uma tradução inglesa de Fanshaw. Nesta tradução de Paggi temos várias dedicatórias que são, do ponto de vista comparativista, estratégias do tradutor relativamente à forma de como pode condicionar a recepção do texto. Nas dedicatórias são dadas indicações de leitura, esclarecimentos históricos, associações míticas que sistematizam uma imagem de Camões e do poema épico português que já circulava nos ambientes cultos italianos desta época. Paggi vai ser a fonte implícita de muitas traduções d’Os Lusíadas e a sua atitude crítica perante o poema e, sobretudo, perante a biografia do poeta, vai ser objecto de muitas especulações literárias e biográficas.”
In “O mito de Camões em Itália: da elaboração mítica aos parâmetros ideológicos nacionalistas” - Henrique de Almeida Chaves
Entretanto, estamos a ouvir o "Tiento para arpa", de um contemporâneo de Camões, o Padre Manuel Rodrigues Coelho (1555?-1635), Organista na Capela Real em Lisboa de 1604 a 1633.
Infelizmente, a sina de Camões, miserável em vida e exaltado depois da morte, continua a ser a de muitos Portugueses de valor em todos os campos da Arte e da Ciência… e muitas vezes, só no estrangeiro conseguem, em vida, receber o justo elogio e paga pelas suas obras… ai, ai, Lusitano Fado!!!
terça-feira, 23 de maio de 2006
Soneto de la Luna

La luna nos buscó desde su almena,
cantó la acequia, palpitó el olivo.
Mi corazón, intrépido y cautivo,
tendió las manos, fiel a tu cadena.
Qué sábanas de yerba y luna llena
envolvieron el acto decisivo.
Qué mediodía sudoroso y vivo
enjalbegó la noche de azucena.
Por las esquinas verdes del encuentro
las caricias, ansiosas, se perdían
como en una espesura, cuerpo adentro.
Dios y sus cosas nos reconocían.
De nuevo giró el mundo, y en su centro
dos bocas, una a otra, se bebían.
acequia - regato
sábana - lençol
enjalbegar - caiar

Poeta espanhol nascido em Córdova em 2 de Outubro de 1936, precisamente o ano da morte do grande Poeta também andaluz, Federico García Lorca, de quem até parece ter herdado o talento. Don António faz pois 70 anos este ano. É licenciado em Direito, Filosofia e Letras e Ciências Políticas e Económicas.
Tem cultivado todos os géneros literários, incluindo o jornalismo, a narração, o ensaio e o guião televisivo.
Obteve numerosos prémios, não apenas pela Poesia mas também pela seu valioso contributo ao Teatro e à Ópera ("Carmen, Carmen", 1976).
Os Prémios Calderón de la Barca, Nacional de Literatura, Adonais e Planeta, e a medalha de Ouro de Ubeda y Baeza foram os seus galardões mais significativos. É Doutor "honoris causa" pela Universidad de Córdoba e Prémio César González Ruano de Jornalismo por "Mis charlas con Troylo". En 1983 recebeu o "Libro de Oro", premio dos editores. Em 1989 foi galardoado com o Prémio Andalucía de las Letras e com o Prémio León Felipe aos Valores Cívicos.
Foi colaborador de "El País Semanal" durante muitos anos com séries de magníficas crónicas, nomeadamente as "Cartas a los Herederos" (posso afirmá-lo porque li bastantes).
Da sua obra poética destacam-se as seguintes publicações: «Enemigo íntimo», «Sonetos de La Zubia», «Poemas de amor» e «Testamento Andaluz».
Actualmente decorre na TVE o seu programa "El Loco de la Colina".
Em Portugal foi representada a sua peça "Samarkanda" (produção de Norberto Barroca) e tem um romance publicado, A Paixão Turca.

Disse António Gala, digno herdeiro da tradição árabe-muçulmana:
Olho os olivais, respiro fundo e sei que ainda estou vivo; que, de alguma maneira, estarei vivo sempre. E ponho-me a cantar em silêncio uma canção que não se aprende; o sangue sussurra ao ouvido cada sangue novo. Uma canção que repete que todo o ser é importante, porque sem ele a Natureza não seria como é, nem estaria completa. Todo o ser é uma gota de orvalho que dura o que dura a noite. Inextinguivelmente, a noite repetir-se-á e repetir-se-ão o orvalho e a erva e o primeiro plenilúnio de Dezembro sobre campos e praias. Porque a vida não se acaba nunca.
Porque o que uma vez sucedeu, sucede para sempre.
Aqui podem ler uma belíssima entrevista acerca do seu livro "El Dueño de la Herida" (2003)
sexta-feira, 19 de maio de 2006
segunda-feira, 15 de maio de 2006
Semáforo

Paramos nós, do “lado de cá”.
Paramos nós, senhores da rua
e dos sinais exteriores de riqueza.
Avanças tu, a ver o que dá.
Avanças tu, face oculta da Lua.
Sinais exteriores: cansaço e magreza.

Esperamos nós, impacientes.
Esperamos nós, abrigados e quentes
em úteros de ferro com ar condicionado.
Saltitas tu, olhos inocentes.
Saltitas tu, pés semi-dormentes,
na mão já cinzenta, um papel rasgado:
“Tenho três irmãos e os pais doentes.”

Pensamos nós: “Tenhamos cuidado;
isto é treta certa, é tudo encenado.
O puto tem ar de quem foi treinado.”
Recuas tu, revolta entre-dentes,
e um travo amargo a gases poluentes:
“Isto hoje ´tá fogo! ´tou é bem lixado!

“Bolas, finalmente! Era tempo, já… ala, sem demora,
que estou atrasado mais de meia-hora!
Se perco o cliente, vou ouvir das boas…
Rai´s parta os vermelhos!
Não despacham nada, andamos à nora…
Que perda de tempo! Que atraso de vida!...

“Bolas, verde já? Isto assim não dá… o melhor, agora,
é desistir mesmo, ir andando embora…
Nem dez euros fiz! Vou ouvir das boas…
Rai´s parta estes verdes!
´tou fartinho deles, deviam d´ir fora,
sempre era mais tempo… que droga de vida!”
sexta-feira, 12 de maio de 2006
Parabéns, Manuel Alegre

O Poeta e Paladino da Liberdade faz hoje 70 anos. Recordemos a sua Canção com Lágrimas, dedicada a um grande amigo perdido na Guerra Colonial, e interpretada por Adriano Correia de Oliveira.
Eu canto para ti o mês das giestas
O mês de morte e crescimento ó meu amigo
Como um cristal partindo-se plangente
No fundo da memória perturbada
Eu canto para ti o mês onde começa a mágoa
E um coração poisado sobre a tua ausência
Eu canto um mês com lágrimas e sol o grave mês
Em que os mortos amados batem à porta do poema
Porque tu me disseste quem me dera em Lisboa
Quem me dera em Maio depois morreste
Com Lisboa tão longe ó meu irmão tão breve
Que nunca mais acenderás no meu o teu cigarro
Eu canto para ti Lisboa à tua espera
Teu nome escrito com ternura sobre as águas
E o teu retrato em cada rua onde não passas
Trazendo no sorriso a flor do mês de Maio
Porque tu me disseste quem me dera em Maio
Porque te vi morrer eu canto para ti Lisboa e o sol,
Lisboa com lágrimas Lisboa à tua espera ó meu irmão tão breve
Eu canto para ti Lisboa à tua espera...
quarta-feira, 3 de maio de 2006
Carta ao Amigo

Olá, Amigo, resolvi escrever-te
só para dizer que não há nada de novo.
Olha, saí, meti-me no carro
e chegando ao semáforo seguinte
vi o mesmo pedinte
com que há anos deparo.
Dei-lhe uma moeda de vinte.
Na fila de trânsito,
vi as mesmas caras agressivas
por dentro dos vidros embaciados.
Sorrisos não vi, nem expressões vivas:
só olhares cansados.
Também quis entrar no café,
mas era tal a fumaça lá dentro
que achei melhor adiar o momento
e fugi dali a sete pés.
Deu-me para comprar o jornal,
mas também não sei para quê:
já ontem, na TV, disseram tudo igual.
Parece que o principal
é que caiu um avião no Mar do Norte.
Mas olha, tiveram sorte:
dos noventa só morreram vinte e tal,
incluindo um doente de Sida, por sinal,
a quem já tinham lido a sentença de morte.
Os pais do rapaz até deram graças
por ele ir de repente
e não o verem mais pela casa
a morrer lentamente.
Das famílias dos outros vinte e tal
é que não sei o que disseram,
não vinha no jornal,
talvez não tenha sido tão sensacional.
Como vês, vai tudo normal.
Passei ali pelos arredores
e lá estavam os arrumadores
à porta do Centro Comercial
a arrumarem os senhores doutores.
Também estavam uns ciganos vendedores
discutindo com eles um espaço vital
para estenderem no chão uns cobertores
onde exporem o material.
Mas apareceu um carro da polícia
e debandaram todos por igual.
Enfim, virão tempos melhores.
De saúde, olha, vou assim-assim,
uns dias pior, outros menos mal.
Que se há-de fazer? É fatal.
E assim cheguei ao fim.
Como vês, não há nada de especial.
Fica bem, ou, pelo menos, tu também, menos mal.
Tua,
L.
Aspásia 99
segunda-feira, 1 de maio de 2006
domingo, 30 de abril de 2006
Gostei muito...
Já opinei nos comentários do Murcon, mas "repito-o" aqui por outras palavras: foi um fim de tarde e noite muito especiais. Foi um encontro material de pessoas que já se tinham tocado espiritualmente.
Alguma curiosidade entretanto acumulada ficou satisfeita, não totalmente, claro... pois também um pouco de mistério só faz bem... e convém cada qual ter os seus jardins secretos, quer no amor, quer na amizade. Pelo menos é o que eu penso.

Fiquem todos bem.
terça-feira, 25 de abril de 2006
Defendamos Abril!
domingo, 23 de abril de 2006
William Shakespeare (1564-1616)
sexta-feira, 21 de abril de 2006
Aula de Dança Grega

HASAPIKOS - Raleigh International Folkdancers
Yassou, file moi!!! (Olá, caros amigos!)
Hoje na Escola de Tagrélia tivemos aula de Dança Grega... como podem ver e ouvir!!! E com o Professor Apoliniopoulos, que é um gatão!!! Até fiquei tonta... com tanta reviravolta, suas mentes perversas!... Estou que não me tenho de pé... Por isso já disse ao servo Batrákius que apagasse as lamparinas de azeite e me armasse o mosquiteiro, que eu já devia era estar em vale de lençóis!
Kalinixta e Fillis! (Boa noite e Beijos)
quinta-feira, 20 de abril de 2006
O Acto de Criação
quarta-feira, 19 de abril de 2006
Notícias frescas de Mileto
Kalispera, Amigos de 2006 d.C.!!!
Escrevo-vos desde Mileto, capital da Jónia, onde tenho estado a passar uns dias. Fiquei sem ler os vossos papiros, pois o meu mensageiro núbio Batrákius fez greve, queixando-se dos poucos dracmas que eu esforçadamente lhe pago, e teve a audácia de exigir um aumento!!! Hoje em dia não se pode a gente fiar na criadagem…
Assim, tenho aproveitado o tempo a reler e catalogar a poesia de meu Pai, "Axioco", de 91 anos… e felizmente com mais saúde e menos preguiça do que eu! Ele é versado em muitas Artes, sendo a principal o Problema de Xadrez, sobre o qual escreveu um Cartapácio.
Também tenho frequentado a Escola de Tagrélia, minha Mestra em Matemática, Filosofia, Política, Culinária, Caligrafia, Contabilidade, Estética, Poesia, Escultura, Pintura, Artes, Canto, Dança, Desporto, Fisioculturismo, Oratória, Declamação e… calculem… Artes Amatórias!!! Uma mulher, hoje em dia, além de já o ser... ainda se vê Grega... com o que tem de saber para enamorar, de corpo e alma, um Cidadão Ateniense!
Mas a Disciplina que agora mais me tem ocupado é a Música… pois a Tagrélia está a ensinar-me a construir uma… Flauta de Pã!
De modo que em breve vou pôr as vossas missivas e do nosso Mestre Philosophus Murcon, o Sibarita ;))))), em dia. Agora vou é dormir uma sesta debaixo da romãzeira!
Ósculos para todos vós da
Aspásia de Mileto
segunda-feira, 17 de abril de 2006
Poema de meu Pai, Axioco de Mileto

A Treva cai na Terra e vem impôr
pesado luto à turba que emudece.
No Gólgota, escalvado, a Cruz parece
a trágica visão da própria dor.
Crucificado, exangue, o Redentor,
de espinhos coroado, a Vida oferece,
em Santo Sacrifício, que trouxesse
a salvação ao Mundo pecador.
Debalde, ó lei humana, condenaste
Aquele que pregou a Lei dos Céus
e com ferro assassino O trespassaste!
Jesus rasgou da Morte os negros véus
e vencendo a mentira que afirmaste,
deu a Verdade ao Mundo: a Fé em Deus!
sábado, 15 de abril de 2006
Estive a arrumar o jardim... para vos poder desejar...
segunda-feira, 10 de abril de 2006
Poema da Desarrumação
e quadras de pé-quebrado...
no chão há papéis dispersos,
está tudo desarrumado.
Esta casa é um virote
de papelada e poeira...
mas eu só penso no mote
para nova versalheira.
Amigos, não vos convido
para virem cá a casa...
isto está tudo obstruído,
parece a faixa de Gaza.
No dia em que, finalmente,
me deixar de poesias,
prometo, solenemente,
tornar-me mulher-a-dias!!!