Maria Margarida Fernandes de Carvalho Nascimento
(7 de Fevereiro 1947 - 14 de Dezembro 1972)
- Retrato a Óleo (póstumo)
Irmã, se fosses viva farias hoje 60 anos.
Infelizmente partiste muito cedo, tão cedo que ainda quase não nos conhecíamos… eu entrava em pleno na adolescência e tu eras 10 anos mais velha, e embora vivesses aqui no prédio com a tua Avó, pouco convivíamos a não ser ao fim de semana ao almoço, ou quando eu passava lá por baixo pelo quarto independente da D.ª Emília, mas poucas vezes estavas. A Faculdade de Direito tomava-te quase todo o tempo e a nossa diferença de idades era bastante significativa no nosso escalão etário.
Além disso, tinhas as tuas amigas, a Jusse, já desde o Liceu, a cuja quinta ias andar a cavalo e que se formou em Direito no mesmo ano que tu – 1969 - e a Lúcia, já só da Faculdade, com menos dois anos que tu, mas conheceram-se nos jogos de basebol… a Lúcia, tão acarinhada por ti e pela Avó Maria, quando veio estudar Direito para Portugal. A Lúcia com quem jogavas basebol na Faculdade. A Lúcia, que nem sempre tinha muito dinheiro e comia muitas vezes contigo e a Avó. A Lúcia, que te convidou para ires ao Brasil, à casa dela no Rio Grande do Sul, nesse Natal. A Lúcia… que colocou o que restou de ti depois do acidente no jazigo da família dela, na cidade de Bento Gonçalves. A Lúcia… seria preferível não teres conhecido a Lúcia de Souza???
Foi longa aquela noite de 14 de Dezembro de 1972.
O telefone tocou pelas 10 da noite. Tu tinhas partido com a Lúcia para o Brasil no dia 7 ou 8… já tínhamos recebido dois ou três postais teus… e depois dessa noite ainda recebemos mais um ou dois… o Correio era lento do Brasil para cá… nunca aqui em casa se tinham recebido postais de uma morta, até então. Claro que os tenho todos guardados, já sabes como eu e o Pai somos com as colecções.
O nosso Pai atendeu. Pela cara e de onde vinha o telefonema… eu percebi logo que algo grave, muito grave se tinha passado.
“Um acidente. Um camião em sentido contrário... A sua filha ia a conduzir. Com a amiga Lúcia e seu pai iam todos no carro deste… O camião perdeu a mão, ou pareceu vir contra o carro… A sua filha tentou desviar-se. O carro despistou-se: A sua filha foi projectada pelo vidro da frente. Foram todos levados ao hospital. A sua filha faleceu. A amiga e o pai, feridos, mas vivos… Quer trasladar a sua filha para Portugal?”
Eu e a minha Mãe estávamos já em prantos. O nosso Pai, lívido, mas nem uma lágrima. “Para que quero eu aqui uma filha morta? Fica aí convosco que fica bem… Antes quero dar esses 400 contos à minha filha viva – eu – do que a uma filha morta que já de mais nada precisa.”
Desligou o telefone. Eu estava num choro que só dois dias depois é que foi passando.
E agora? Como dizer a uma Avó, que perdeu o marido, um filho e duas filhas… e que criou uma neta desde que ficou órfã com um ano de idade… que a neta de 25 anos acaba de morrer no Brasil?
Infelizmente partiste muito cedo, tão cedo que ainda quase não nos conhecíamos… eu entrava em pleno na adolescência e tu eras 10 anos mais velha, e embora vivesses aqui no prédio com a tua Avó, pouco convivíamos a não ser ao fim de semana ao almoço, ou quando eu passava lá por baixo pelo quarto independente da D.ª Emília, mas poucas vezes estavas. A Faculdade de Direito tomava-te quase todo o tempo e a nossa diferença de idades era bastante significativa no nosso escalão etário.
Além disso, tinhas as tuas amigas, a Jusse, já desde o Liceu, a cuja quinta ias andar a cavalo e que se formou em Direito no mesmo ano que tu – 1969 - e a Lúcia, já só da Faculdade, com menos dois anos que tu, mas conheceram-se nos jogos de basebol… a Lúcia, tão acarinhada por ti e pela Avó Maria, quando veio estudar Direito para Portugal. A Lúcia com quem jogavas basebol na Faculdade. A Lúcia, que nem sempre tinha muito dinheiro e comia muitas vezes contigo e a Avó. A Lúcia, que te convidou para ires ao Brasil, à casa dela no Rio Grande do Sul, nesse Natal. A Lúcia… que colocou o que restou de ti depois do acidente no jazigo da família dela, na cidade de Bento Gonçalves. A Lúcia… seria preferível não teres conhecido a Lúcia de Souza???
Foi longa aquela noite de 14 de Dezembro de 1972.
O telefone tocou pelas 10 da noite. Tu tinhas partido com a Lúcia para o Brasil no dia 7 ou 8… já tínhamos recebido dois ou três postais teus… e depois dessa noite ainda recebemos mais um ou dois… o Correio era lento do Brasil para cá… nunca aqui em casa se tinham recebido postais de uma morta, até então. Claro que os tenho todos guardados, já sabes como eu e o Pai somos com as colecções.
O nosso Pai atendeu. Pela cara e de onde vinha o telefonema… eu percebi logo que algo grave, muito grave se tinha passado.
“Um acidente. Um camião em sentido contrário... A sua filha ia a conduzir. Com a amiga Lúcia e seu pai iam todos no carro deste… O camião perdeu a mão, ou pareceu vir contra o carro… A sua filha tentou desviar-se. O carro despistou-se: A sua filha foi projectada pelo vidro da frente. Foram todos levados ao hospital. A sua filha faleceu. A amiga e o pai, feridos, mas vivos… Quer trasladar a sua filha para Portugal?”
Eu e a minha Mãe estávamos já em prantos. O nosso Pai, lívido, mas nem uma lágrima. “Para que quero eu aqui uma filha morta? Fica aí convosco que fica bem… Antes quero dar esses 400 contos à minha filha viva – eu – do que a uma filha morta que já de mais nada precisa.”
Desligou o telefone. Eu estava num choro que só dois dias depois é que foi passando.
E agora? Como dizer a uma Avó, que perdeu o marido, um filho e duas filhas… e que criou uma neta desde que ficou órfã com um ano de idade… que a neta de 25 anos acaba de morrer no Brasil?
No Casamento dos meus Pais (de laçarote) - Agosto 1956
Lá fomos em féretro a casa da Dona Emília. Os rapazes estavam também, o Adrião, o Zé e o Paulo. (Ah, a propósito, irmã. O Zé já se foi, com 50 anos… no mês passado. Foram muitos anos de droga… Ontem, o irmão dele, o Adrião andava aqui a tirar os velhos móveis e candeeiros do 1º andar. Eu e o Pai vínhamos a entrar e lá lhe demos os sentimentos. O Adrião tem quatro filhos e já é avô, calcula… O Paulo teve uma doença grave, mas está controlado. A minha Mãe também já se foi em Abril de 2002. E a D.ª Emília, que também foi tua segunda mãe, foi logo a seguir, em Maio desse ano. Felizmente não viveu para assistir à morte do filho Zé.)
Nem me lembro já com que palavras, o meu Pai lá contou à tua Avó o sucedido. Pois ficou como calculas… ou viste daí… Uma vida inteira a criar-te. Era tua Mãe, além de Avó. Maria dos Santos, viúva do marido, “órfã” de 3 filhos, entre os quais a tua Mãe, Albertina, 1ª mulher do nosso Pai. Maria dos Santos, de Vila Nova do Ceira, Monteira, Góis. Maria dos Santos, analfabeta, ex-empregada no Instituto Pasteur, onde lavava frascos de vidro e onde foste criada dentro dos grandes caixotes de cartão que te serviam de parque, irmã. Maria dos Santos, a tua Avó, perdeu por fim a única neta nesse Natal de 1972. Ainda te sobreviveu seis anos e faleceu em 1978. Uma Avó Coragem… eu ia ali muito à casa da frente para onde vocês tinham mudado poucos meses antes de tu faleceres, tratar dos canários e fazer alguma companhia, claro. Fui a neta adoptiva, a única que restou.
Olha… ainda acabei o barco em miniatura que tu deixaste incompleto. Acho que era o “H.M.S. Beagle”, onde Darwin foi na expedição às Galápagos. Os teus livros de Russo agarrei neles e também estudei um bocado. Pelo menos sei o alfabeto e sei ler mas hoje em dia só me lembro aí de umas 20 palavras… nesse tempo sabia muitas mais. A ti é que o Russo te ia fazer falta para quando entrasses no Gabinete da Área de Sines… para mim o Russo foi apenas um desafio e o gosto pelas línguas. Mais um hobby nas férias passadas no Alentejo…
Também tenho comigo uns versos e desenhos teus, mas creio que no quarto fechado na outra casa haverá mais. Ainda hoje lá fui pagar a renda. Calcula, o marido da porteira, a D.ª Leonilde, faleceu a semana passada. O Zé em Dezembro e agora este senhor.
Tive de dizer ao Pai e ele disse “a morte anda por perto”. Falei logo noutra coisa qualquer para o distrair. Está muito idoso e fraquejou um bocado ultimamente... como provavelmente sabes.
Dos montes dos teus livros, li os do “Santo” e os do Zane Grey todos. Claro que os da tua infância, os Cinco, a Semana de Aventuras, a Condessa de Ségur e o Emílio, esses já os tinha lido todos, ainda eles estavam na gaveta de baixo da cómoda, no quarto independente, onde eu regularmente me ia abastecer.
De coisas mais antigas que o Pai vai contando às vezes, lá sei que, logo depois de a tua Mãe Albertina ter falecido de tuberculose com cerca de 30 anos, o Pai e a Avó contigo ao colo vinham todos os dias de Mem Martins para Lisboa no combóio de Sintra. Depois, no eléctrico, mesmo depois de fazeres 6 anos continuaste a não pagar bilhete durante mais uns anos, pois todos os revisores conheciam a pequenita Calila, órfã de Mãe, que vinha sempre ao colo da Avó há tantos anos no mesmo eléctrico.
Nem me lembro já com que palavras, o meu Pai lá contou à tua Avó o sucedido. Pois ficou como calculas… ou viste daí… Uma vida inteira a criar-te. Era tua Mãe, além de Avó. Maria dos Santos, viúva do marido, “órfã” de 3 filhos, entre os quais a tua Mãe, Albertina, 1ª mulher do nosso Pai. Maria dos Santos, de Vila Nova do Ceira, Monteira, Góis. Maria dos Santos, analfabeta, ex-empregada no Instituto Pasteur, onde lavava frascos de vidro e onde foste criada dentro dos grandes caixotes de cartão que te serviam de parque, irmã. Maria dos Santos, a tua Avó, perdeu por fim a única neta nesse Natal de 1972. Ainda te sobreviveu seis anos e faleceu em 1978. Uma Avó Coragem… eu ia ali muito à casa da frente para onde vocês tinham mudado poucos meses antes de tu faleceres, tratar dos canários e fazer alguma companhia, claro. Fui a neta adoptiva, a única que restou.
Olha… ainda acabei o barco em miniatura que tu deixaste incompleto. Acho que era o “H.M.S. Beagle”, onde Darwin foi na expedição às Galápagos. Os teus livros de Russo agarrei neles e também estudei um bocado. Pelo menos sei o alfabeto e sei ler mas hoje em dia só me lembro aí de umas 20 palavras… nesse tempo sabia muitas mais. A ti é que o Russo te ia fazer falta para quando entrasses no Gabinete da Área de Sines… para mim o Russo foi apenas um desafio e o gosto pelas línguas. Mais um hobby nas férias passadas no Alentejo…
Também tenho comigo uns versos e desenhos teus, mas creio que no quarto fechado na outra casa haverá mais. Ainda hoje lá fui pagar a renda. Calcula, o marido da porteira, a D.ª Leonilde, faleceu a semana passada. O Zé em Dezembro e agora este senhor.
Tive de dizer ao Pai e ele disse “a morte anda por perto”. Falei logo noutra coisa qualquer para o distrair. Está muito idoso e fraquejou um bocado ultimamente... como provavelmente sabes.
Dos montes dos teus livros, li os do “Santo” e os do Zane Grey todos. Claro que os da tua infância, os Cinco, a Semana de Aventuras, a Condessa de Ségur e o Emílio, esses já os tinha lido todos, ainda eles estavam na gaveta de baixo da cómoda, no quarto independente, onde eu regularmente me ia abastecer.
De coisas mais antigas que o Pai vai contando às vezes, lá sei que, logo depois de a tua Mãe Albertina ter falecido de tuberculose com cerca de 30 anos, o Pai e a Avó contigo ao colo vinham todos os dias de Mem Martins para Lisboa no combóio de Sintra. Depois, no eléctrico, mesmo depois de fazeres 6 anos continuaste a não pagar bilhete durante mais uns anos, pois todos os revisores conheciam a pequenita Calila, órfã de Mãe, que vinha sempre ao colo da Avó há tantos anos no mesmo eléctrico.
Entretanto entraste para o Colégio de uma tal D.ª Cândida, que ao que parece gostava do nosso Pai, então viúvo e ainda com menos de 40 anos.
40 comentários:
O que dizer, Amiga?
Fiquei sem palavras. Perdoa-me :-(((
UM GRANDE BEIJO MINHA QUERIDA.
ELES VIVEM ENQUANTO ESTIVEREM NA NOSSA MEMÓRIA.
Aspasia
Vivem para sempre na nossa memoria ,todos os dias eu recordo os que já partiram e tanta falta me fazem .
Um abraço
Carlota
Carlota
Que grande verdade amiga!
Creio q a sua operação terá sido ontem. Espero tudo tenha corrido bem!
Um grande beijinho, querida.
ASPÁSIA:
Só morremos quando morrerem as últimas pessoas que se lembrarem de nós, não é?
Depois disto, a única coisa que temos a fazer, é ficar calados. Para que os possamos ouvir!
És grande, minha amiga. ASSIM CONTINUA.
UM ABRAÇO EMBARGADO
querida aspásia,
tenho andado um pouco afastada das caixas de comentários, mas não podia deixar de te enviar daqui um abraço muito apertado
e um beijo muito grande
@:)
QUERIDO ALQUIMISTA
SIM, O SILÊNCIO FELIZMENTE NUNCA SERÁ COMPLETO ENQUANTO AS VOZES DELES NOS FALAREM.
UM ABRAÇO ENORME.
QUERIDA B´
MINHA AMIGUINHA QUE BOM VER-TE POR AQUI.
TENHO-ME LEMBRADO DE TI, EMBORA NÃO TENHA IDO A TUA CASA ULTIMAMENTE.
NÃO ESTOU ESQUECIDA QUE O TEU JOVEM IRMÃO TAMBÉM FAZ COMPANHIA A MINHA IRMÃ, LÁ ONDE ESTIVEREM.
UM GRANDE BEIJINHO, FOFINHA.
Desculpe usar este espaço para dar noticias .
Foi na 3f ás 14h e correu bem durou uma hora e vinte minutos que me pareceu uma eternidade .Estou ainda com um edema grande porque como não tinha fundo de saco por isso as pestanas estavam invertidas ,mas estou a recuperar bem .Na 3f vou tirar os pontos .
Um beijo grande para si e seu Pai
Carlota
CARLOTA
AINDA BEM Q CORREU BEM AMIGA. ESPERO RECUPERAÇAO SEJA RAPIDA.
PODE USAE QQ ESPAÇO MEU COMO LHE APETECER.
MEU PAI ESTA ESTAVEL.
O QUE MAIS SE QUEIXA É DESEQUILBRIO AO ANDAR. TALVEZ O LEVE A UM MEDICO DE OUVIDOS, VISTO Q O RESTO ESTA BEM PARA A IDADE.
BOM F-D-S
GRANDESBEIJINHOS
O que dizer...
Confesso,emocionei-me.
Sem mais palavras.
Bjos.
Faço minhas as palavras do Paulo Siva, o Poeta. Beijos.
Vim aqui trazida pela curiosidade de ver ao vivo o blog de alguém que no enquantohouvertempo tanta coisa deliciosa tem escrito, e encontro o outro lado da mulher, que pelos vistos é da minha geração, do desfiar das recordações, também tenho um livro escrito de memórias de família, bem escritas e sentidas.
Gostei da escrita e do conteúdo e da pessoa que mostras ser, sensível e talentosa.
Bjs
TD
Queria colocar aqui umas palavras mas não consigo encontrá-las.
Entendo tão bem o que está por trás desta homenagem à sua irmã... Talvez um dia, quem sabe (?)! compreenda que não estou a mentir.
Deixo este cantinho, devagarinho, sem fazer barulho, com um abraço amigo,
Maria
PAULO SILVA E PAULA RAPOSO
AGRADEÇO A VOSSA VISITA A ESTA CAMPA VIRTUAL.
É A QUE ESTOU A FAZER POIS NUNCA VI A CAMPA DE MINHA IRMÃ.
AGRADEÇO AS FLORES DAS VOSSAS PALAVRAS. ELA MERECIA.
GRANDE BEIJO PARA AMBOS.
TERESA
TB. GOSTEI DE A TER CONHECIDO NO BLOG DA MJ - UM GRANDE LUGAR DE (GRANDES) ENCONTROS.
FUI AO SEU BLOG E CONHECI OS SEUS GATINHOS.
PARA MIM A PERDA DE UM ANIMAL QUERIDO E COMPANHEIRO É PRATICAMENTE COMPARÁVEL À PERDA DE UMA PESSOA.
TODAS AS VIDAS NO FUNDO TÊM O SEU VALOR E O SEU LUGAR...
COMO NEM TUDO SÃO TRISTEZAS PUS LÁ O LINK PARA O FLAUTA DE PÃ.
UM GRANDE BEIJO E APAREÇA.
MARIA
ENCONTROU AS PALAVRAS, AMIGA.
ESTOU A LÊ-LAS.
PORQUE IRIA EU PENSAR QUE ESTAVA A MENTIR, MARIA?
SÓ UMA PESSOA SEM SENTIMENTOS O FARIA, E NÃO CREIO QUE SEJA ESSE O SEU CASO. ANTES MUITO PELO CONTRÁRIO.
NÃO TENHO APARECIDO NO QUINTAL DO NOSSO (MEU E DA MARGARIDA) PAI, POR MANIFESTA FALTA DE TEMPO.
E TB. POR ME TER DE MEXER MAIS UM POUCO, NÃO ESTAR HORAS AO PC. A MINHA CABEÇA FERVILHA DE IDEIAS MAS NÃO POSSO ABUSAR DAS MINHAS FORÇAS FÍSICAS.
UMA ÓPTIMA SEMANA E
UM BEIJO.
(E PASSE PELO FLAUTA DE PÃ :)
Já passei... Não deixei comentário mas passei e deliciei-me. …
As palavras são, muitas vezes, mal interpretadas, a música é a forma de comunicação mais intensa e transparente entre as pessoas. Penso eu, sei lá!
Por isso deixo aqui uma sugestão musical que acordou comigo esta manhã e com a qual me despeço: Meditação de Thäis
(Não quero estar sempre a intrometer-me, sou visitante de blogs, mas não tenho nenhum).
Maria
MARIA
JÁ POR AQUI ANDO ÀS VOLTAS, LEVANTEI-ME ISTO É, ESTOU AINDA NA CAMA A ARRANJAR AQUI UMAS COISAS, POIS TENHO DE ME DESPACHAR POR CAUSA DO ALMOÇO DA TERTÚLIA DO XADREZ QUE É SEMPRE À 2ª... 2ª FEIRA DE CADA MÊS :)
ADORO A MEDITAÇÃO DE MASSENET.
NÃO SE INTROMETE NEM AQUI NEM NOUTROS BLOGS QUE VISITE, PENSO EU. ALIÁS JULGO QUE A MAIORIA DOS BLOGGERS GOSTA DE SER INTROMETIDA/VISITADA MESMO Q ALGUNS NEM TENHAM TEMPO DE RESPONDER INDIVIDUALMENTE, PELA AVALANCHE DE VISITAS DE QUE SÃO ALVO, O QUE SE COMPREENDE.
UM EXEMPLO FLAGRANTE É O MURCON DO JMV.
UM BOM DIA PARA SI TAMBÉM. COM MÚSICA E PALAVRAS AGRADÁVEIS.
A TODOS
O BAILE NO FLAUTA DE PÃ CONTRATOU NOVAS VEDETAS... E TALVEZ SE FAÇA UMA 2ª PARTE.
POR ENQUANTO CONTINUA A DECORRER NESTA PISTA.
LÁ OS ESPERO...
:)
Desculpe a pergunta: uma vez que refere - num outro blog do qual é autora - sintomas de xeroftalmia e de queratoconjuntivite sicca, nunca lhe colocaram a possibilidade de sofrer de Síndrome de Sjögren????
Só uma dica.
OLÁ RAM
MUITO GRATA PELA SUA VISITA E INTERESSE.
CONHEÇO ALGO DE SI PELOS ARQUIVOS DO MURCON, DOS TEMPOS EU QUE EU... PRECISAMENTE POR CAUSA DOS OLHOS, AINDA NÃO TINHA ENTRADO NA BLOGOSFERA A NÃO SER COMO "VOYEURISTA"... SEI QUE TEM BONS POEMAS, PARABÉNS!
POIS MEU CARO AMIGO... EU ESTUDEI DURANTE ANOS O MEU CASO E O CASO DAS DOENÇAS AUTOIMUNES, EM PARTICULAR O S.SJÖGREN.
FIZ OS TESTES DE REUMATOLOGIA E IMUNOLOGIA ADEQUADOS, QUE ME REVELARAM AUTOIMUNIDADE A NÍVEL DAS GLÂNDULAS LACRIMAIS.
REVELEI O RA (FACTOR REUMATOIDE)E OS ANA (ANTINUCLEAR ANTIBODIES) POSITIVOS EM TEMPOS, MAS DEPOIS NEGATIVEI. TIVE SEMPRE NEGATIVOS OS TESTES SSA E SSB, TIPICAMENTE POSITIVOS EM QUEM TEM SS.
A BIÓPSIA DAS SALIVARES FOI TB. NEGATIVA.
ASSIM, DOS 3 CRITÉRIOS PARA O SS. EU APENAS CUMPRO UM QUE É A SECURA OCULAR, PELO MENOS ATÉ a`DATA DAS ÚLTIMAS ANÁLISES, JÁ HÁ 2 ANOS.
ASSIM NÃO ESTOU CLASSIFICADA COMO TENDO SJÖGREN, PELO MENOS ATE AGORA, MAS SOU UMA CANDIDATA PREFERENCIAL, NOMEADAMENTE PQ ULTIMAMENTE COMEÇO A TER ALGUMA SECURA NA BOCA E UM PROBLEMA NUMA ARTICULAÇÃO DO JOELHO.
MUITO GRATA
UM ABRAÇO.
Gostei muito!....
Beijinho
M.Dores
A confirmarem-se os resultados dos exames complementares que efectuou, nomeadamente a biópsia, efectivamente poder-se-á excluir um Sjögren primário.
Todavia não referiu se já tinha efectuado - presumo que sim - o teste de Schirmer e/ou Rose bengal, bem como uma sialometria.
Relativamente à sintomatologia, todavia, questione o colega que a segue se a mesma não poderia melhorar mediante a intituição de terapêutica com Pilocarpina (5mg)(dose diária a ser definida).
CASADAPONTE
OBRIGADA AMIGA. ESTA CASA TB É SUA.
BEIJINHOS.
RAM
SIM, O SCHIRMER FOI LOGO O PRIMEIRO QUE FIZ EM 1995 - APARECIMENTO DOS 1ºS SINTOMAS. DEU LOGO 0 NO OLHO ESQUERDO E 5 NO DIREITO... O MIN É 10.
DURANTE ANOS ESTUDEI NA NET TUDI SOBRE O ASSUNTO.
INCLUSIVE MANDEI VIR TUDO O Q HAVIA P OLHO SECO DE ESPANHA E FRANÇA.
EU PROPRIA ESTUDEI OS EFEITOS DA ACETILCISTEÍNA EM COLIRIO, QUE NÁO HAVIA EM PORTUGAL, E MANDEI VIR DE FRANÇA. AGIORA JA HA CA - TIROCULAR.
TOMEI CARGAS DE COMPRIMIDOS DE BISOLVON E OUTROS MUCOLÍTICOS.
MANDEI FAZER UM COLÍRIO IMUNOSSUPRESSOR A UM LABORATÓRIO. COM ACORDO DO MEU OFTALM- DE ENTÃO. ERA SANDIMMUNE DILUIDO EM ÓLEO DE AMENDOIM. CAUSAVA UMA DESCARGA DE LÁGRIMA NÁO PELA IMUNOSSUPRESSÃO LOCAL, MAS PELA IRRITAÇÃO Q PROVOCAVA.
E A PILOCARPINA ORAL - NÃO ME LEMBRO AGORA DO NOME COMERCIAL TB TOMEI! MAS FAZIA ALGUMA SALIVA E A NÍVEL DOS OLHOS POUCO OU NADA. É MAIS INDICADA PARA A XEROSTOMIA E ALEM DISSO ERA CARISSIMA E TINHA EFEITOS SECUNDARIOS Q NUNCA + ACABAVAM, ALGUNS DELES GRAVES, EMBORA RAROS.
ENTERTABNTO DEPOIS DE 3 OU 4 PLUGS EM CADA CANAL LACRIMAL E QUE IAM CAINDO PARA OS SACOS, ONDE AINDA ESTÃO, FIZ UMAS 10 VEZES O FECHO DO C LACRIMAL ESQUERDO POR LASER, MAS ABRIA SEMPRE.
TIVE 3 ULCERAS DA CORNEA NO OLHO ESQUQERDO. CURIOSAMENTE DURANTE UMA DELAS FIQUEI A VER BEM SEM OCULOS SO OLHO ESQUERDO, POIS O DESNIVEL DA CORNEA COMPENSOU A MIOPIA!!! DEPOIS VOLTEI AO "NORMAL".
EM MINHA CASA TENHO 2 DOSSIERS DOS GRANDES SOBRE O ASSUNTO, QUE ESTIVERAM DOIS ANOS EMPRESTADOS AO INSTITUTO DE REUMATOLOGIA, AO DR. VAZ PATTO. TENHO O LIVRO EL OJO SECO DO PROF. MURUBE DEL CASTILLO. MAS NÃO OS TENHO AGORA AQUI POIS ESTOU EM CASA DE MEU PAI.
FINALMENTE PUSERAM-ME UM PLUG EFICAZ NO OLHO ESQUERDO HA CERCA DE 2 ANOS.
DEPOIS DE TER EXPERIMENTADO MAIS DE 10 SUBSTITUTOS LACRIMAIS,
O QUE PONHO AGORA É O SICCAFLUID E O SORO ISOPHIL MONODOSES DA URIAGE.
ENFIM CARO AMIGO... SOU UMA PROFISSIONAL ENCARTADA DE OLHO SECO!!! ALIADO A BLEFARITE CRÓNICA REACTIVA E DOLOROSA, MAS NAS ULTIMAS SEMANAS TENHO ESTADO SEM DORES.
MAS OLHE... HÁ COOISAS PIORES...
MUITO GRATA PELO INTERESSE E SUGESTÓES. ESTÃO SEMPRE A APARECER COISAS NOVAS E HA UNS TENPOS QUE NÁO PROCURO NA NET AS NOVIDADEES NESTE CAMPO...
UM ABRAÇO.
PS - SIALOMETRIA É QUE NUNCA FIZ. E SE CALHAR CONVINHA AGORA POIS AS VEZES SINTO A BOCA ALGO SECA.
Olá!
Se gosta de cinema venha visitar-nos em
www.paixoesedesejos.blogspot.com
todos os dias falamos de um filme diferente
Paula e Rui Lima
RAM
QTO AO CASO DO OLHO SECO VI HOJE Q ESTÁ EM ESTUDO UMA TERAPIA COM NUCLEÓTIDOS, CUJA PRESENÇA SE DETECTOU NA PELICULA LACRIMAL.
PENSO QUE NO FUTURO A TERAPIA IRÁ SER DE CLONAGEM DA GLANDULA LACRIMAL, MAS ISSO JÁ NÃO DEVE SER PARA O MEU TEMPO....
Irmã M..,F...R...uma infinidade de nomes que enchem a nossa alma de ausências.
Mesmo sem a conhecer gostaria de lhe referir que me senti muito próxima de si neste texto.É TÃO DIFÍCIL LIDAR COM AS AUSÊNCIAS!
MARIA ESTRELA
ALGO HÁ-DE CONHECER DE MIM COMO EU CONHEÇO ALGO DE SI DE A LER NO MURCON.
DAS MINHAS AUSÊNCIAS... A DA MINHA IRMÃ M. FOI E É DRAMÁTICA. ÍAMOS INICIAR UMA VIDA DE IRMÃS ADULTAS CONJUNTAMENTE.
F. NÃO FOI TÃO DRAMÁTICO... AMBOS NA ALTURA JÁ TÍNHAMOS FEITO OUTRAS ESCOLHAS DE VIDA. ALEGRA-ME SABER Q SE ENCONTRA BEM, MAS CONTINUARÁ UMA AUSÊNCIA HÁ MUITO ACEITE E RESOLVIDA.
R.... CALCULO QUE FOI E É UMA ENORME AUSÊNCIA PARA SI.
MAS SE R. AINDA ESTIVER NESTE MUNDO, TALVEZ AINDA NÃO SEJA UMA AUSÊNCIA IRREMEDIÁVEL.
UM BEIJINHO.
F e R as minhas ausências...
Quem é que nos pode ensinar a valorizar o tempo que estiveram connosco em vez de chorar a sua ausência?
Mas o sol nasce todos os dias e estas viagens ajudam.
Um abraço.
M. E.
ESCREVA SOBRE F. E R. COMO EU FIZ COM MINHA MÃE E MINHA IRMÃ.
MESMO Q. NÃO PONHA NA NET.
AO ESCREVER FAZ-SE UMA CATARSE DAS EMOÇÕES NEGATIVAS E REGISTAM-SE LEMBRANÇAS QUE UM DIA SE PODERÃO APAGAR DA NOSSA MEMÓRIA.
BOA SEMANA P SI.
As memórias sustentam-nos e estruturam-nos. Contêm todo o agridoce da vida.
Aprecio a coragem e a abertura aos outros que evidencia.
O meu dia a dia é tão cheio e completo que não me tem deixado quebrar.
Trabalho com jovens e a sua vivacidade não nos deixa cair em rotinas.
Comecei recentemente a ler as sua reflexões e sinto-me mais rica por isso.
Tudo de bom.
M E
AINDA BEM Q ESSE CONTACTO COM OS JOVENS LHE RENOVA A ALMA, APESAR DE CANSATIVO.
DEIXO ESTA PRENDINHA (DICCIONÁRIO DE NOMES)
Maria Estela: Latim / Hebraico, senhora estrela. Esteja onde estiver, impressiona pela elegância natural. Sabe ser sensata no relacionamento com os mais diversos tipos de pessoas. Desperta muitas paixões e, mesmo assim, costuma ser leal.
BOM F D S
BEIJINHO.
OBRIGADA, HÁ ALGUMAS AFINIDADES ENTRE O NOME E A PESSOA.
PARTILHO HOJE CONSIGO, ALGO QUE TEMOS EM COMUM - UM GRANDE ORGULHO NA NOSSA FIGURA PATERNAL.
...POR CAUSA DE UNS TEMPOS QUE SE VIVERAM EM PORTUGAL (E Q ESPERO N SE REPITAM) O MEU PAI TEVE QUE FUGIR DO PAÍS -EXÍLIO POLÍTICO.FIQUEI A ESTUDAR NUM COLEGIO DE FREIRAS(APARENTE?CONTRASTE). AUSENTE MAS SEMPRE PRESENTE. GUARDO BEM AS CARTAS ESCRITAS A ALERTAR-ME PARA OS PERIGOS DA DITADURA, A CARTA MOLHADA DE LÁGRIMAS POR ALTURA DO 25 DE ABRIL...LÁ FUI POLITIZANDO AS FREIRAS E REVOLUCIONANDO AS CAMARATAS...
NESTES DIAS EM QUE SE FALOU MAIS DE ZECA AFONSO FOI TAMBÉM FALAR DE MEU PAI QUE SEMPRE ENALTECIA OS SEUS POEMAS.
MAIS TARDE AS CANÇÕES DE INTERVENÇÃO QUE CANTEI (TANTOS AMIGOS)NA RUA A ALTOS BRADOS COMO PROVOCAÇÃO ÀS HOSTES CONSERVADORAS SOB O SEU OLHAR ORGULHOSO.. .
ENFIM, MUITA TERNURA PELO PAI!
Aspásia,
Não podia deixar de lhe falar da comunhão que senti perante a sua homenagem para com a sua irmã.
Da carta devolvida por abrir, de coisas que passaram por mãos queridas antes de tocarem nas nossas.
De Vila Nova do Ceira, Monteira.
Da verticalidade de seu pai.
De si, da sua força e empenho em fazer (Re)viver quem por cá passou embora num tempo breve.
De si, da sua coragem, do seu riso.
Deixo-lhe um beijo e um abraço.
Sentidamente.
QUERIDA GASOLINA!!
QUE BOA SURPRESA! COMO SE PERCEBE, NAO TINHA VISTO O COMMENT!!! EU JA DEVIA TER ACTIVADO A MODERAÇÃO HA MAIS TEMPO...
MAS OLHA AMIGA NAO SE PERDEU PELA DEMORA...
CREIO QUE DE ALGUM MODO TE IDENTIFICASTE COM ALGUMAS COISAS, SENTIMENTOS OU ATÉ LUGARES AQUI DESCRITOS, NESTA PEQUENA HOMENAGEM...
FICO MUITO EMOCIONADA E GRATA PELAS TUAS PALAVRAS!
UM GRANDE ABRAÇO APERTADO E UM BEIJO COMOVIDO.
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