quinta-feira, 12 de abril de 2007

Mãe, já lá vão cinco anos...


É verdade, Mãezinha, já se passou tanto tempo depois daquela noite...

Vou-me sempre lembrando de ti todos os dias... e para mais agora que nas arrumações aqui em casa tenho encontrado muitos papéis, fotos, postais teus e a tia veio cá uns dias e andámos a ver roupas tuas para ela levar algumas. Tem de ir lá a um casamento em Évora e vai levar um saia-casaco teu.

Lembras-te de uma vez aquando de uns dias passados em Tróia, em 1992, entre a praia, Setúbal, o Ferry, os almoços de belo peixe grelhado na cidade ou por aqueles arredores? Havia um restaurante perto das Ruínas de Cetóbriga onde costumávamos ir e levávamos sempre os restos para alguns gatinhos que havia lá pelo complexo de Tróia.

Era Junho e calhou decorrer lá o Festróia, o festival anual de Cinema. No Encerramento do mesmo ia estar presente a Amália, que ambas amamos e que curiosamente nasceu no mesmo ano que tu (1920) e ainda partiu dois anos antes de ti.

Então lá fomos e assistimos ao descerrar de uma placa pela Amália, a quem também cumprimentámos, infelizmente não pude tirar uma foto desse momento.

De algumas fotos que tirei, aqui ficam duas, as únicas em que ficaste.



Aqui estavas a olhar a Amália, e também mais atrás o realizador José Fonseca e Costa cujo filho tinha sido teu aluno no Valsassina.



Como há tempos que não deves ouvir a Amália, isto julgo eu, que não sei se até não conversaram já lá onde estão... de qualquer modo trouxe uma canção dela para ouvirmos todas. Vais gostar de relembrar.

O Pai está um bocadinho trôpego, como deves calcular, mas lá vai sempre "lutando contra a maré" como ele diz... e à rua vai sempre de bengala. Felizmente a cabeça ainda trabalha melhor que muitas muito mais novas... ainda outro dia ao jantar disse as estações de combóio todas da Linha do Norte e os afluentes do Tejo, eu sei lá, e hoje "estabeleceu" que o número PI se chama assim, porque sendo interminável como irracional que é, começa no Paraíso e acaba no Inferno!...

O teu marido sempre foi destas ruminações... bem sabes o que foi cá em casa de engenhocas quando lhe deu para tentar conseguir o "moto perpétuo", com uns ímanes e umas bolas de metal que corriam numas calhas...

Ele e a Tia mandam beijinhos saudosos e eu também te deixo um grande beijinho, Mãe, e a canção da Amália.




Gaivota - Amália Rodrigues


13 comentários:

Anónimo disse...

Leonor,
Mais uma homenagem com a ternura habitual...
Beijinhos
M.Dores

Anónimo disse...

Leonor

Também perdi a minha Mãe há 12 anos e todso os dias me recordo dela e tanta falta me faz .

Um beijo para e seu Pai

Carlota Joaquina

maria estrela disse...

Um abraço neste momento de carinho, saudade, dor.
MEstrela

PAH, nã sei! disse...

Beijo grande...

ASPÁSIA disse...

AMIGAS, OBRIGADA A TODAS .

APROVEITEM BEM AS QUE AINDA TÊM A VOSSA...
RECORDEM-NA BASTANTE AS Q COMO EU JÁ A PERDERAM.

PROVAVELMENTE HOJE VI PELA ULTIMA VEZ ESTE LOCAL ONDE ESTEVE DESDE HÁ 5 ANOS A ESTA PARTE.

CREIO Q O PASSO SEGUINTE É FAZÊ-LA REGRESSAR AO PÓ DE ESTRELAS DONDE TODOS VIEMOS...

GRANDE BEIJINHO.

Helena Velho disse...

E O LUGAR DAS ESTRELAS É JUNTO DAS OUTRAS ESTRELAS, NÃO É?
ASSIM , JUNTAS BRILHAM MUITO MAIS....

Enfim... disse...

acaba por ser bom recordar os bons momentos e esquecer o pior dels

Bjokas e bom fim semana

vero disse...

Olá Leonor,
venho agradecer tão simpáticas palavras...
Fico feliz por saber que gostaste do meu livro, muito feliz mesmo!!!

Gostaria imenso de te conhecer pessoalmente, em brever irei a Lx para um evento da magna, depois eu digo o dia, se puderes aparecer...

Mais uma vez agradeco as tuas simpáticas palavras e deixo um beijinho enorme ***

MJ disse...

Pois é minha querida...

Ficámos órfãs de mãe quase na mesma época. :-(

Mas sabes, linda, começo a acreditar que, estejam onde estiverem, elas continuam a velar pelas suas meninas. :-)

Um beijo muito grande*

Anónimo disse...

CARAS AMIGAS

GRATA PELAS PALAVRAS DE SIMPATIA E CARINHO. INFELIZMENTE PELA ORDEM NATURAL DAS COISAS, TODOS PASSÁMOS OU PASSAREMOS POR ESTE DESGOSTO...
TEMOS QUE CONTINUAR A TENTAR SER FELIZES, QUE É O QUE AS NOSSAS MÃES, PERTO OU LONGE, DESEJAM PARA NÓS.

UM GRANDE BEIJINHO PARA TODAS.

Maroska disse...

Querida Aspásia,

Sempre ouvi dizer que o tempo apaga a dor da perda...pura mentira...torna-a apenas "suportável". temos de continuar e espero que o dia em que tenha de fazer uma homenagem póstuma a alguém que me é tão querido ainda venha muito longe.
Um beijo muito grande.

ASPÁSIA disse...

MAROSKA

OBRIGADA PELAS TUAS PALAVRAS E TB ESPERO QUE VENHA BEM LONGE ESSE DIA P/ TI...

HOJE ESTOU COM BASTANTES DORES NOS OLHOS JA VI Q TENS UM TEXTO NOVO, MAS DEPOIS LEREI MELHOR...
BOM F D S

JINHOS GRANDES

APC disse...

Sempre tão comovente, ler estas tuas cartas à Mãe!...

Um grande beijinho.