quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Parabéns, Mozart!

Eis a minha prenda para o Wolfgang, que faz 250 anos no dia 27. É um prazer partilhá-la com todos vocês... de preferência com a sua música em fundo!
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A M A D E U S

Sempre ouvir-te é sempre amar-te,
ó divino, ó talentoso
Wolfgang Amadeus Mozart,
pois da Música na arte,
foste génio portentoso.

Em teus anos de criança,
deslumbravas quem te ouvia;
e toda a aristocracia
nos belos salões de dança,
se curvava e te aplaudia,
perto do Lago Constança.

Aos seis anos já mostravas
juízo de mais idade,
falavas com gravidade;
ao cravo já te sentavas
e teu Minuete tocavas
com talento e habilidade!

As cortes da velha Europa
percorrias sem cessar,
foi tua música ouvida,
incensada e aplaudida,
desde Itália à grande Rússia,
pelo Doge e pelo Czar.

A meio da juventude,
é que eras mais malandrote,
gostavas mais de brincar,
pregar partidas, dançar,
e as donzelas, num virote,
estavas sempre a conquistar…

À Ópera que nos deixaste
deste a alma e a frescura.
“Mágica Flauta” sopraste…
Papageno e Papagena
os cobriste de verdura,
e Pamina com Tamino
levaste ao Céu da ventura.

“Don Juan” se precipitou
nas profundas do Danado,
pois à ceia convidou
− esse desplante ele ousou! −
o rival assassinado…
E, arrogante, blasfemou
do perdão que lhe ofertou,
do Comendador, a estátua
que tanto tinha ultrajado.

Tal qual o barbeiro Fígaro
foste também um “faz-tudo”.
Nas “Bodas”, era um Entrudo,
pois todos se disfarçavam,
se escondiam e aldrabavam…
Mas no final se abraçavam,
pois o Amor vence tudo.

Não deverá ser esquecido
um teu amigo, também,
Lorenzo da Ponte, a quem
a letra dessas histórias
devemos, e que, contigo,
está vivo em nossas memórias.

Sinfonias compuseste,
quase feitas de improviso,
tantas e de tal beleza
e alegria ao ouvido,
que, num dia mais agreste,
são capazes de a tristeza,
nos transformar em sorriso.

E foi tal teu frenesim
a compôr e ensaiar
dias e noites sem fim,
uma obra monumental
que te houvera encomendado
certo enviado do mal
− dizem que foi o Salieri,
mas não há prova de tal −
que as forças que te restavam,
pouco a pouco se esgotavam
nesse Requiem fatal.

Sim, foste o Amado de Deus,
mas os homens do teu tempo
negaram-te chão sagrado,
e à vala foste lançado,
tal qual fosses cão danado,
ou traste sem valimento…
Mas passado tanto tempo,
teu talento ainda dá brado
entre almas de sentimento;
e hoje és génio celebrado,
para sempre recordado,
da Música és monumento…
Wolfgang Amadeus Mozart,
de Euterpe és filho na Arte…
do Mundo és deslumbramento!!!
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